Escrita nos meados dos anos de 1590, a peça A Midsummer Night's Dream ou sonhos de uma noite de verão, é uma comédia Shakespeariana que roda em torno de três arcos principais, mas tem como o fio da meada o tradicional drama amoroso Shakespeariano.
A bola da vez é o romance entre Hérmia e Lisandro, a jovem é levada até Teseu, duque de Atenas, por seu pai Egeu, que exige que a mesma se case com Demétrio, o escolhido do pai, para isso Egeu invoca a legislação ateniense, que afirma que no caso da recusa de Hérmia, a mesma deverá aderir ao celibato e viver como freira.
Decepcionada, ela e Lisandro, seu amado, embarcam na tradicional aventura de amor Shakespeariana e resolvem fugir, Demétrio resolve segui-la, junto a Demétrio, vai Helena, amiga de Hérmia que é apaixonada pelo seu noivo, com o desenrolar da história, uma série de confusões e embaraços envolvendo o "quadrado amoroso" e uma uma "poção" (na realidade uma flor) de amor utilizada por um elfo chamado Puck que faz aqui o papel de "cupido" a mando de Oberon, rei das fadas, que pretendia reconquistar Titânia, rainha das fadas, geram uma situação extremamente cômica onde sonho e realidade se tornam confusos conforme os sentidos vão se enganando e os amores se embaraçando.
Há ainda um terceiro arco, que também passa pela floresta de Atenas, esse envolvendo um grupo de artistas teatrais que estão pretendendo executar a peça grega Piramo e Tisbe, peça em questão que demonstra paralelos interessante com Sonhos de uma Noite de verão.
Embora se trate de uma comédia, Sonhos de uma Noite de Verão não se faz tão boba quanto A comédia dos erros (não que isso torne a peça menor ou pior), mas também não vai tão fundo quanto O mercador de Veneza.
Abrindo mão de questões sociais, a peça tem um caráter leve e engraçado, é fácil de rir dos diálogos e da situação como um todo. Há três pontos que acredito que se faz necessário menção. Primeiro, a peça é uma reflexão sobre os sonhos, no trecho em questão, isso fica claro:
O segundo é referente ao amor da maneira que é tratado na obra. Seguindo a tradição Shakespeariana, o outro lado do amor é mostrado, o lado das dificuldades, o lado negro, diria. Há quem afirme que Shakespeare estava sensível em relação a questão, pois a obra seria contemporânea a icônica Romeo e Julieta, de fato, há pontos análogos.
O amor e suas confusões, intrigas e reviravoltas levam a uma terceira questão, que acredito ser a principal: a perca da identidade.
Ao terem sua identidade prejudicada por conta de uma poção de amor, uma analogia ao próprio amor, diria eu, Lisandro e Demétrio perdem sua identidade, como homens, ao pararem de desejar o amor se Hérmia e passarem a buscar por Helena, quem antes desprezavam.
Há uma questão da distorção que o amor pode causar em uma identidade, embora bem definida, os devaneios da paixão e os desembaraços do romance podem desconstruir até sua identidade, de maneira completa.
Há ainda um ponto que não é tratado, mas que acho justo citar, a questão das leis. De fato toda a intriga começa por uma lei ateniense que versa sobre a vida amorosa da mulher, como posse do pai, talvez uma alfinetada por parte do autor as leis injustas?
Uma peça leve, simples, divertida porém não menos interessante. Com forte influência da mitologia grega, misturada a própria literatura, a obra se faz um conjunto bem interessante, onde 3 histórias paralelas conseguem se unir e ter um fim não menos interessante. É uma comédia que aquece o coração e faz refletirmos sobre as paixões da vida, sobre a influência externa em nossa identidade e diria ainda sobre a nossa própria realidade, quase caindo no diálogo de Descartes sobre sonho e realidade, sentidos e ilusões. Não menos merecido que esteja sempre no panteão da Magnum opus de Shakespeare, ao lado de o Mercador de Veneza, Hamlet, Romeo e Julieta e Otelo.
Assim como as demais obras, inspirou diversas adaptações, com destaque pra versão de 1999.
A bola da vez é o romance entre Hérmia e Lisandro, a jovem é levada até Teseu, duque de Atenas, por seu pai Egeu, que exige que a mesma se case com Demétrio, o escolhido do pai, para isso Egeu invoca a legislação ateniense, que afirma que no caso da recusa de Hérmia, a mesma deverá aderir ao celibato e viver como freira.
Decepcionada, ela e Lisandro, seu amado, embarcam na tradicional aventura de amor Shakespeariana e resolvem fugir, Demétrio resolve segui-la, junto a Demétrio, vai Helena, amiga de Hérmia que é apaixonada pelo seu noivo, com o desenrolar da história, uma série de confusões e embaraços envolvendo o "quadrado amoroso" e uma uma "poção" (na realidade uma flor) de amor utilizada por um elfo chamado Puck que faz aqui o papel de "cupido" a mando de Oberon, rei das fadas, que pretendia reconquistar Titânia, rainha das fadas, geram uma situação extremamente cômica onde sonho e realidade se tornam confusos conforme os sentidos vão se enganando e os amores se embaraçando.
A separação de Oberon e Titânia, por Sir. Joseph Noel Paton |
Há ainda um terceiro arco, que também passa pela floresta de Atenas, esse envolvendo um grupo de artistas teatrais que estão pretendendo executar a peça grega Piramo e Tisbe, peça em questão que demonstra paralelos interessante com Sonhos de uma Noite de verão.
Embora se trate de uma comédia, Sonhos de uma Noite de Verão não se faz tão boba quanto A comédia dos erros (não que isso torne a peça menor ou pior), mas também não vai tão fundo quanto O mercador de Veneza.
Abrindo mão de questões sociais, a peça tem um caráter leve e engraçado, é fácil de rir dos diálogos e da situação como um todo. Há três pontos que acredito que se faz necessário menção. Primeiro, a peça é uma reflexão sobre os sonhos, no trecho em questão, isso fica claro:
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."Sonhar é importante, viver a fantasia, deixar-se cair em devaneio é natural e divertido, na medida certa, essa é a lição que tiro disso, o caráter humorístico dos sonhos.
O segundo é referente ao amor da maneira que é tratado na obra. Seguindo a tradição Shakespeariana, o outro lado do amor é mostrado, o lado das dificuldades, o lado negro, diria. Há quem afirme que Shakespeare estava sensível em relação a questão, pois a obra seria contemporânea a icônica Romeo e Julieta, de fato, há pontos análogos.
O amor e suas confusões, intrigas e reviravoltas levam a uma terceira questão, que acredito ser a principal: a perca da identidade.
Ao terem sua identidade prejudicada por conta de uma poção de amor, uma analogia ao próprio amor, diria eu, Lisandro e Demétrio perdem sua identidade, como homens, ao pararem de desejar o amor se Hérmia e passarem a buscar por Helena, quem antes desprezavam.
Há uma questão da distorção que o amor pode causar em uma identidade, embora bem definida, os devaneios da paixão e os desembaraços do romance podem desconstruir até sua identidade, de maneira completa.
Há ainda um ponto que não é tratado, mas que acho justo citar, a questão das leis. De fato toda a intriga começa por uma lei ateniense que versa sobre a vida amorosa da mulher, como posse do pai, talvez uma alfinetada por parte do autor as leis injustas?
Uma peça leve, simples, divertida porém não menos interessante. Com forte influência da mitologia grega, misturada a própria literatura, a obra se faz um conjunto bem interessante, onde 3 histórias paralelas conseguem se unir e ter um fim não menos interessante. É uma comédia que aquece o coração e faz refletirmos sobre as paixões da vida, sobre a influência externa em nossa identidade e diria ainda sobre a nossa própria realidade, quase caindo no diálogo de Descartes sobre sonho e realidade, sentidos e ilusões. Não menos merecido que esteja sempre no panteão da Magnum opus de Shakespeare, ao lado de o Mercador de Veneza, Hamlet, Romeo e Julieta e Otelo.
Assim como as demais obras, inspirou diversas adaptações, com destaque pra versão de 1999.
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