Quem foi Zenão de Eléia?

Biografia

Nascido na Eleia, Zenão foi aprendiz e descendente de Parmênides de Eleia, o qual o mesmo defendeu incessantemente as ideias, também de seu antecessor, Xenófanes, principalmente no que se refere ao Deus.

Sabe-se que Zenão foi um professor bastante respeitado na região, com o tempo foi se envolvendo na política da polis, principalmente fazendo resistência frente a um tirano local. Por se tornar importuno, Zenão foi preso, torturado e morto em praça pública, as circunstâncias heróicas de sua morte serviram de base para a propagação de várias histórias sobre seu heroísmo, o que inspirou o instinto revolucionário no povo de Eleia.

Zenão foi colocado por Aristóteles como pai da dialética, embora alguns coloquem Heráclito como pai da dialética, entretanto, seu pensamento é basicamente oposto, já que enquanto Heráclito afirma que tudo está em movimento, Zenão prega que o movimento é nada mais que uma ilusão sensorial.


O principal ponto da filosofia de Zenão são os conhecidos paradoxos, principalmente os que buscam renegar a possibilidade de movimento, multiplicidade e divisibilidade do ser.


O mais conhecido é o paradoxo de Aquiles, conhecido por ser um exímio corredor, o filósofo colocou o herói grego em uma corrida contra uma tartaruga e afirmou que uma vez que a tartaruga tome certa vantagem na saída, ainda que pequena, o herói jamais seria capaz de ultrapassar o animal, nem mesmo de ficar lado a lado dela. 

Basicamente a tese giraria na afirmação de que o espaço seria infinitamente divisível, o que geraria uma impossibilidade.

Considere A como a posição de Aquiles e B a posição da Tartaruga. Para aquiles chegar de A até B, a tartaruga já haverá ultrapassado um espaço, ainda que bem menor.

Se a distância for de 10 metros, por exemplo, ao chegar aos 10m, a tartaruga estaria há 15m da largada e a 5m de Aquiles, e quando o herói chegasse nos 15m, a tartaruga estaria em 17,5m e há 2,5m de Aquiles. Quando Aquiles chegasse há 17,5m, a tartaruga já estaria em 18.25m, e assim seguiria um ciclo infinito, onde jsmais o herói chegaria até a tartaruga.

Basicamente ocorreria isso:

A-----B1----B2---B3--B2-B1

Só que em uma escala infinita.


Outro paradoxo famoso de Zenão é referente a dicotomia (ou divisão por 2). 

Análogo ao Paradoxo de Aquiles, o paradoxo da dicotomia afirmava que um o caminho entre um ponto A e B seria impossível. Basicamente afirmou que para se chegar do ponto A ao B, o ser teria que passar pela metade do caminho, ou seja, um ponto C, ponto esse que para chegar a B, precisaria passar por um ponto intermediário, ou D, e assim seguiria infinitamente.


Essas afirmações de Zenão, nada mais eram do que uma maneira de demonstrar que os sentidos humanos eram ilusórios, conseguindo levar-nos a enganos absurdos, a própria divisibilidade, multiplicidade e movimentos seriam ilusões, e não fatos, apenas o um era verdadeiro, tudo o que não é o um, é então falso. Nos moldes de seu mestre, Parmênides de Eleia.


Assim como Xenófanes, Zenão afirmava que Deus era Eterno e Uno, mas Zenão também afirmou que Deus era esférico, e que não estava nem em movimento, nem parado, assim como não era nem limitado nem ilimitado, uma vez que tais qualidades seriam exclusivas do não-ser e do múltiplo.

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