Biografia
Nascido na colônia Grega de Eléia, no sul da Itália, Parmênides foi um dos mais importantes filósofos do período pré-socrático. Há relatos de que Parmênides foi aprendiz de Xenófanes de Colofon, embora não propriamente tenha provas de ambos tenham se conhecido pessoalmente, é clara a influência de seu pensamento na ontologia de Parmênides, assim como dos pitagóricos.
Parmênides fundou a escola Eleatica, e treinou o filósofo Zenão de Eleia, que diziam ser 25 anos mais novo que Parmênides.
O que restou de sua obra foram 134 versos de um poema dividido em 3 partes.
O pensamento de Parmênides
Embora a ontologia e o pensamento de Parmênides beba diretamente de Xenófanes, Parmênides foi um filósofo bastante original no que se refere a conceitos.
Segundo Parmênides, as sensações não eram meio seguro o suficiente para se alcançar a realidade, pois, os sentidos, como ilusórios, confundiam o ser com o não ser, o que tornava o julgamento confuso e levaria a equívocos.
Ainda afirma que existem dois caminhos, o caminho da Doxa, ou opinião, um caminho naturalmente fadado a enganações. O outro caminho era o chamado Aletheia, ou caminho da verdade, que seria o caminho viável para de buscar a realidade, que se baseia na lógica e na razão.
Na segunda parte do poema Parmênides trata sobre a razão, no caminho da Aletheia, o autor faz isso através da Metafísica com uma série de afirmações baseadas na lógica de Parmênides.
Os argumentos lógicos de Parmênides basicamente são:
1. Algo existe ou algo não existe, o ser é ou não é.
2. Se é possível pensar em algo, esse algo pode existir.
3. Nada não pode existir, ou seja, o não ser não existe
4. Se podemos pensar em algo esse algo não é nada.
5. Se podemos pensar em algo esse algo tem quem ser alguma coisa.
6. Se podemos pensar em algo esse algo tem que existir.
Partindo dessas afirmações, Parmênides expõe que somente nos resta dizer que esse algo é, pensar ou dizer que esse algo não é é ilógico. Logo, tudo que é tem é obrigatoriamente incriado e imperecível.
Na terceira parte o filósofo trata do caminho da lógica, onde ele versa sobre o caminho da Doxa. Segundo Parmênides, todas as opiniões são limitadas pelas palavras e que portanto a sua versão seria apenas a melhor que ele pode fazer.
Ainda nessa parte, Parmênides tenta explicar o mundo através da dualidade física, assim como Heráclito que geralmente é colocado como seu oposto. Entretanto, Parmênides divide as qualidades em positivas (ser) e negativas (não-ser).
E dessa dualidade vem a grande diferença de seu pensamento do pensamento de Heráclito, segundo ele as mudanças físicas que ocorrem são uma mistura onde participam o ser e o não ser, resultando num vir a ser. A mistura é feita pelo desejo e quando o desejo é satisfeito o ser e o não ser novamente se separam. O filósofo assim afirma que a mudança (devir) é uma ilusão. Somente existem o ser e o não ser, o vir a ser é uma ilusão dos nossos sentidos, como antes mencionado, Parmênides negava os sentidos como caminho da verdade, ou Aletheia.
Essa doutrina se opõe diretamente a de Heráclito que dizia que Tudo flui como um Rio. Para saber mais sobre Heráclito clique aqui.
O pensamento de Parmênides ecoou por todo o pensamento grego, e até posterior. Das suas influências principais podemos citar o caminho da verdade, que influenciou diretamente o dualismo platônico e metafísica Aristótelica.
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