Com a constante ascenção da democracia e da república, surgiu a reinvenção da relação governante-poder. A legitimidade do poder, em teoria, passou para as mãos do povo. Conforme nossa constituição, o poder emana do povo, que o exerce através do sufrágio.
O povo exercendo o poder através do sufrágio é a base da democracia semi-direta do século XXI, na teoria, temos que os políticos são escravos do desejo popular, ou ao menos deveriam ser?
Em tempos de eleição, não é raro vermos a velha puxação de saco ao eleitorado, deputado repetindo incessantemente, viva a vontade popular!
Viva o povo, repetem, vive a democracia, repetem.
Quando ganham, todo orgulhosos vão a mídia, fazer discursos sobre a vontade popular, repetindo o jargão de "O povo no poder".
Mas e quando perdem?
Temos aí a degeneração da democracia, a mais clara demonstração de que os políticos não dão a mínima para a opinião popular, sufrágio, nem nada do gênero. Em 2018, no Brasil, vimos perfeitamente a situação.
Um pouco antes, o Partido dos trabalhadores, que governou o Brasil por longos 14 anos, ao ver sua presidente, Dilma Rousseff, caçada por corrupção, foram os primeiros a berrar a morte da democracia. "Golpe! Golpe! Golpe! Repetiram, berraram".
A mais alta hipocrisia, criticar o sistema que os manteve, a democracia, como um "golpe" pode ter sido aprovado em 2 instituições que segundo a democracia tem a "legitimidade de exercer o poder popular"? Que espécie golpe coloca o vice presidente, escolhido por livre vontade pelo partido, no poder?
Berraram por 2 anos, foi golpe! Fora Temer!
Em 2018, chegamos ao ano eleitoral, logo no começo, nos deparamos com a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, acusado de corrupção, novamente a democracia, dessa vez o poder judiciário, foi contrário aos desejos do partido e de toda a sua militância.
Os gritos aumentaram, foi golpe! Fora Temer! Lula livre!
Com a ascenção da candidatura do atual presidente, Jair Bolsonaro, poucas não foram as tentativas de impugnar sua campanha por parte dos petistas.
Com a vitória, então começou um movimento chamado de "Resistência" contra uma ditadura de faz de conta.
Seremos resistência, berram.
Ele não é meu presidente, berram.
Toda essa sequência de fatos me levou a um questionamento, há realmente um pingo de respeito pela vontade popular?
A minha conclusão é um singelo Não.
Não há um mísero pingo de respeito a vontade popular por parte dos que estão lá em cima, tudo é uma farsa, falácia, pantomima. A constituição que grita com orgulho que Todo o poder emana do povo, tem nas suas entrelinhas uma série de más intenções. Seria mais verossímil afirmar que Todo o poder está na mão dos poderosos, a aprovação é apenas um enfeite que emana do povo.
Assim como a vontade popular já foi ignorada várias vezes, eles continuam a repetir que sabem o que é melhor.
Fiz de exemplo o PT, pois eles são o exemplo perfeito nessa época e lugar, mas o seu local já foi ocupado por outros antes.
Os grandes ao serem jogados para a oposição passam a contestar a contagem de votos, contestam a vontade popular, contestam até mesmo se o povo está certo, inventam histórias de robôs, farsas, tramas, conspirações, tudo para não descer do altar, tudo para não afirmar que perdeu a popularidade, que o povo não mais está com eles.
O povo só está certo quando está com eles, se não ele está sendo alienado ou fraudado.
Diga-me, caro leitor, há um pingo de democracia nisso? Há um pingo de respeito a vontade popular nisso?
Não, a aprovação ou não do povo é apenas um instrumento, uma variável a mais ou a menos pra quem tem em suas mãos o poder, apoiados ou não pela vontade popular, os políticos vão querer continuar nos enfiando suas ideias, alegando a mesma bandeira, ainda alegando ter aprovação popular. Os políticos dizem representar o povo, mas na realidade mais próximo é uma situação onde nós os representamos, uma vez que é mais fácil um cidadão mudar de ideia e encontrar a lucidez do que um político rever seu ideário.
Há ainda aqueles que surfam entre modismos, esses são espertos e sobrevivem a dança entre esquerda e direita, os famoso isentões que apoiam quem está ganhando. De PMDB temos vários, são maioria.
Uma vez que a vontade popular nada mais é que mera formalidade do processo, só me resta uma afirmação, esses políticos que vivem presos em seu círculo fechado, bêbados pela ilusão de poder, vivem não numa democracia, sim numa Egocracia, um sistema onde não importa o que as pessoas achem ou não, elas são tolas, apenas importa o que eu, o digno, acho que é o melhor. Para alcançar a utopia Egocrática, os mesmos vão impõe de qualquer maneira suas ideias, a aprovação popular, afinal de contas, é só formalidade.
O pior de tudo, não é a Egocracia, é a falsa demagogia de repetir que apoia a democracia. Se você apoia a democracia mas não aceita uma derrota eleitoral, uma derrota política, você não é um democrata, você é um Egocrata e se tiver um pingo de ética, moral, honra e respeito, jamais deverá se quer pensar em repetir as palavras Sufrágio, povo, democracia ou desejo popular.
Alguns podem afirmar que a Egocracia é parte intrinseca da democracia, na realidade é a atitude mais anti-democrática que se pode ter. O egoísmo político é hipocrisia pura, daqueles que são pagos não para exercer seus desejos, sim para representar o povo.
Esta crítica não é direcionada aos políticos da esquerda, como antes afirmei, existe Egocracia em todos os pontos do espectro político, muito menos é direcionada aos políticos somente, embora seja uma degeneração mais danosa, por terem em mão o poder, a maioria dos Egocratas somos nós, do povo. O seu amigo que não aceitou a vitória do "Bozo", aquele seu conhecido que dá piti quando perde a votação pra onde quer sair, aquela namorada que faz birra quando você não faz sua vontade. A Egocracia é mais natural do que parece, ela é consequência do egoísmo, que em maior ou menor medida existe em todos nós, humanos, admitir a mesma é o primeiro e necessário passo para nós livrarmos das amarras da hipocrisia.
E você, conhece algum Egocrata?
O povo exercendo o poder através do sufrágio é a base da democracia semi-direta do século XXI, na teoria, temos que os políticos são escravos do desejo popular, ou ao menos deveriam ser?
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| Narciso de Caravaggio |
Em tempos de eleição, não é raro vermos a velha puxação de saco ao eleitorado, deputado repetindo incessantemente, viva a vontade popular!
Viva o povo, repetem, vive a democracia, repetem.
Quando ganham, todo orgulhosos vão a mídia, fazer discursos sobre a vontade popular, repetindo o jargão de "O povo no poder".
Mas e quando perdem?
Temos aí a degeneração da democracia, a mais clara demonstração de que os políticos não dão a mínima para a opinião popular, sufrágio, nem nada do gênero. Em 2018, no Brasil, vimos perfeitamente a situação.
Um pouco antes, o Partido dos trabalhadores, que governou o Brasil por longos 14 anos, ao ver sua presidente, Dilma Rousseff, caçada por corrupção, foram os primeiros a berrar a morte da democracia. "Golpe! Golpe! Golpe! Repetiram, berraram".
A mais alta hipocrisia, criticar o sistema que os manteve, a democracia, como um "golpe" pode ter sido aprovado em 2 instituições que segundo a democracia tem a "legitimidade de exercer o poder popular"? Que espécie golpe coloca o vice presidente, escolhido por livre vontade pelo partido, no poder?
Berraram por 2 anos, foi golpe! Fora Temer!
Em 2018, chegamos ao ano eleitoral, logo no começo, nos deparamos com a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, acusado de corrupção, novamente a democracia, dessa vez o poder judiciário, foi contrário aos desejos do partido e de toda a sua militância.
Os gritos aumentaram, foi golpe! Fora Temer! Lula livre!
Com a ascenção da candidatura do atual presidente, Jair Bolsonaro, poucas não foram as tentativas de impugnar sua campanha por parte dos petistas.
Com a vitória, então começou um movimento chamado de "Resistência" contra uma ditadura de faz de conta.
Seremos resistência, berram.
Ele não é meu presidente, berram.
Toda essa sequência de fatos me levou a um questionamento, há realmente um pingo de respeito pela vontade popular?
A minha conclusão é um singelo Não.
Não há um mísero pingo de respeito a vontade popular por parte dos que estão lá em cima, tudo é uma farsa, falácia, pantomima. A constituição que grita com orgulho que Todo o poder emana do povo, tem nas suas entrelinhas uma série de más intenções. Seria mais verossímil afirmar que Todo o poder está na mão dos poderosos, a aprovação é apenas um enfeite que emana do povo.
Assim como a vontade popular já foi ignorada várias vezes, eles continuam a repetir que sabem o que é melhor.
Fiz de exemplo o PT, pois eles são o exemplo perfeito nessa época e lugar, mas o seu local já foi ocupado por outros antes.
Os grandes ao serem jogados para a oposição passam a contestar a contagem de votos, contestam a vontade popular, contestam até mesmo se o povo está certo, inventam histórias de robôs, farsas, tramas, conspirações, tudo para não descer do altar, tudo para não afirmar que perdeu a popularidade, que o povo não mais está com eles.
O povo só está certo quando está com eles, se não ele está sendo alienado ou fraudado.
Diga-me, caro leitor, há um pingo de democracia nisso? Há um pingo de respeito a vontade popular nisso?
Não, a aprovação ou não do povo é apenas um instrumento, uma variável a mais ou a menos pra quem tem em suas mãos o poder, apoiados ou não pela vontade popular, os políticos vão querer continuar nos enfiando suas ideias, alegando a mesma bandeira, ainda alegando ter aprovação popular. Os políticos dizem representar o povo, mas na realidade mais próximo é uma situação onde nós os representamos, uma vez que é mais fácil um cidadão mudar de ideia e encontrar a lucidez do que um político rever seu ideário.
Há ainda aqueles que surfam entre modismos, esses são espertos e sobrevivem a dança entre esquerda e direita, os famoso isentões que apoiam quem está ganhando. De PMDB temos vários, são maioria.
Uma vez que a vontade popular nada mais é que mera formalidade do processo, só me resta uma afirmação, esses políticos que vivem presos em seu círculo fechado, bêbados pela ilusão de poder, vivem não numa democracia, sim numa Egocracia, um sistema onde não importa o que as pessoas achem ou não, elas são tolas, apenas importa o que eu, o digno, acho que é o melhor. Para alcançar a utopia Egocrática, os mesmos vão impõe de qualquer maneira suas ideias, a aprovação popular, afinal de contas, é só formalidade.
O pior de tudo, não é a Egocracia, é a falsa demagogia de repetir que apoia a democracia. Se você apoia a democracia mas não aceita uma derrota eleitoral, uma derrota política, você não é um democrata, você é um Egocrata e se tiver um pingo de ética, moral, honra e respeito, jamais deverá se quer pensar em repetir as palavras Sufrágio, povo, democracia ou desejo popular.
Alguns podem afirmar que a Egocracia é parte intrinseca da democracia, na realidade é a atitude mais anti-democrática que se pode ter. O egoísmo político é hipocrisia pura, daqueles que são pagos não para exercer seus desejos, sim para representar o povo.
Esta crítica não é direcionada aos políticos da esquerda, como antes afirmei, existe Egocracia em todos os pontos do espectro político, muito menos é direcionada aos políticos somente, embora seja uma degeneração mais danosa, por terem em mão o poder, a maioria dos Egocratas somos nós, do povo. O seu amigo que não aceitou a vitória do "Bozo", aquele seu conhecido que dá piti quando perde a votação pra onde quer sair, aquela namorada que faz birra quando você não faz sua vontade. A Egocracia é mais natural do que parece, ela é consequência do egoísmo, que em maior ou menor medida existe em todos nós, humanos, admitir a mesma é o primeiro e necessário passo para nós livrarmos das amarras da hipocrisia.
E você, conhece algum Egocrata?
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